Por
Daniel Nápoli

Vice-campeã olímpica em 1996,
campeã mundial em 1994 e pan-americana no ano de 1991 e recentemente
nomeada para a Comissão de Jogadores da Federação Internacional de Basquete, Paula
comenta sobre o ouro obtido pelas comandadas do técnico José Neto em agosto
deste ano, em Lima, expectativa para o futuro da seleção e do basquete
feminino, além de comentar sobre a sua vitoriosa carreira e de seu trabalho
como gestora. Confira!
Momento
do Esporte - Após 28 anos, o Brasil voltou a conquistar uma medalha de ouro nos
Jogos Pan-Americanos, pelo basquete. Qual a sua análise do início do trabalho
do técnico José Neto?
Magic Paula - Acho que
foi importante esta conquista, para dar uma motivação para as meninas e quem
sabe ser um início de uma nova fase para o basquete feminino, como o Pan de
Cuba foi para nossa geração. Importante também ter os pés no chão, pois o nível
do Pan-Lima está muito longe do que as meninas devem enfrentar pela frente
buscando a vaga para Tóquio-2020. Sobre o Neto, as partidas que vi a seleção
jogar no Pan já deu para perceber uma mudança de comportamento tático, mas
sinceramente nenhum treinador consegue mostrar seu trabalho com 20 dias de
preparação. O novo treinador tem um desafio enorme, resgatar a confiança e a
credibilidade que o basquete feminino já representou e isto leva tempo,
planejamento e recurso.
ME - Você está confiante quanto a sequência deste ciclo olímpico?
MP
- Não. Porque eu acredito que teríamos que ter um trabalho que deveria ter se
iniciado pelo menos 8 anos antes e isto não aconteceu. Precisamos de uma melhor
preparação, fazer com que estas meninas joguem internacionalmente, se juntem
para uma seleção permanente e estar em treinamento juntas por mais tempo
durante o ano.
ME - A cidade de Itu, por meio do Ituano Basquete, está presente em convocações da Seleção Brasileira Adulta e Militar. Izabella Sangalli e Gabriela Guimarães na Adulta e Patricia "Chuca" e Luana na Militar. Você tem acompanhado o trabalho delas? Poderia fazer uma análise?
MP - Infelizmente não
acompanho a Liga de perto, não posso fazer esta análise técnica.
ME - O basquete no Brasil, principalmente o feminino, tem passado por mudanças nos últimos anos, como você vê este processo?
MP - Quais? A única mudança foi a criação da Liga e que não esta relacionada com a seleção.
ME - Principalmente na Seleção Brasileira, você trabalhou ao lado do técnico Antonio Carlos Barbosa, hoje no comando do Ituano Basquete. Como era o convívio, tem acompanhado o trabalho atual dele?
ME - Principalmente na Seleção Brasileira, você trabalhou ao lado do técnico Antonio Carlos Barbosa, hoje no comando do Ituano Basquete. Como era o convívio, tem acompanhado o trabalho atual dele?
MP - Barbosa é um grande
amigo antes de tudo. Fui até madrinha de casamento dele. Foi ele quem teve a
coragem de nos convocar para seleção (eu com 14 anos e Hortência 17 anos), me
colocou de titular com 15 anos na seleção adulta. Depois ele foi meu treinador
nos meus últimos anos como jogadora em clube (fiz excelentes temporadas). Eu
sempre falo que a experiência do Barbosa como técnico é um plus para qualquer
treinador, além da maturidade hoje de entender a mulher/atleta. Não acompanho
de perto o trabalho dele em Itu.
ME - Falando sobre sua carreira, conte-nos um pouco
de sua experiência de ter atuado por 22 anos pela Seleção Brasileira (entre 1976 e 1998).
MP
- Em poucas palavras não vou conseguir. Apenas dizer que tudo tem seu tempo se você tem paciência e disciplina para buscar seu sonho. Foram 15 anos para conquistar o primeiro título importante, e depois utilizar a experiência e maturidade para colher os frutos. Sensacional vestir a camisa do Brasil por 22 anos.
ME - Como surgiu a gestão esportiva em sua vida? Qual a importância da mesma para você, bem como a de ministrar palestras?
MP - Tudo aconteceu
naturalmente. A minha primeira profissão foi a Educação Física, que consegui
conciliar com a vida de atleta. A carreira de gestora veio depois de deixar as
quadras, por uma necessidade de me atualizar para iniciar a atividade no
terceiro setor, a criação do Instituto Passe de Mágica, e tentar contribuir com
esporte na área da gestão, que por incrível que pareça ainda é muito amadora,
com raras exceções. Palestra, bastou um convite em 2001 e venho me aprimorando
ao longo destes anos, além de gostar desta troca com as empresas. Faço uma
analogia de uma equipe de esporte com a empresa.
ME - No final deste mês, está previsto o início do Campeonato Paulista, competição que você ganhou por 8 vezes. Qual a sua avaliação das equipes que irão disputar a temporada de 2019?
MP - Não acompanho faz
tempo o Campeonato Paulista, não consigo te responder.
ME- Para você, o basquete feminino atualmente é valorizado?
MP - Acho que a
performance das jogadoras valoriza o produto. Infelizmente temos uma Liga
atualmente e que é pouco divulgada pela mídia, mas entendo que uma coisa puxa
outra. Bons jogos atraem público e patrocinadores, além da visibilidade. Torço
para que o basquete feminino seja mais praticado e assistido por um numero
maior de pessoas.
ME - Qual mensagem você gostaria de deixar para seus fãs e admiradores do basquete como um todo?
MP - O meu eterno agradecimento. Sempre fui muito respeitada enquanto atleta e fiz da minha profissão, minha vida.
Fotos – Divulgação
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