PRESIDENTE DA
LBF COMENTA A RESPEITO DA EVOLUÇÃO DA COMPETIÇÃO NACIONAL E EXPECTATIVA PARA
2020
Por Daniel Nápoli
O Momento do Esporte traz uma
entrevista com o gestor Ricardo Molina, presidente da Liga de Basquete Feminino
(LBF), que comenta sobre sua trajetória no esporte e a respeito do crescimento competição da competição nacional, que chega
em 2020 a sua 10ª edição. Confira!
Momento do Esporte- Conte um pouco sobre sua trajetória
no basquete.
Ricardo Molina - Graças
aos meus pais, fui apresentado ao esporte muito cedo e pratiquei várias
modalidades. Tive a oportunidade de jogar basquete profissionalmente na antiga
equipe de Jales, interior de São Paulo, e em 2006 tive novo contato com a
modalidade quando atuei como Superintendente de Produtos, Negócios e Marketing
da Unimed, gestora da Associação Desportiva dos Cooperados e Funcionários da
Unimed (ADCF), que por sua vez administrava o basquete feminino de Americana.
Assumi voluntariamente a presidência do clube que conquistou 23 títulos, entre
eles 2 taças do Sul-Americano de Clubes, 4 campeonatos da LBF e campeonatos
paulistas, colocando a cidade de Americana como a capital do basquete feminino por 10 anos.
ME - Como se deu a criação da LBF?
RM - A
Liga de Basquete foi criada em 2010 através dos clubes, capitaneados na época
pelo Brunoro, Gestor Esportivo, e a Hortência, rainha do basquete.
ME- Comente a respeito da
evolução da LBF ao longo desses anos.

ME- Como o senhor avalia o trabalho do técnico José Neto no comando da
Seleção Brasileira?
RM - Os
resultados falam por si. O Neto conseguiu se adaptar ao feminino de forma muito
rápida. Trouxe credibilidade à seleção feminina e principalmente a confiança.
Conseguiu isso com as mesmas atletas, que há 4 anos não ganhavam nada, ao
conquistar títulos importantes como o Pan-Americano depois de 28 anos. Tem meu
respeito e admiração.
ME - Até que ponto a LBF vem sendo importante para o renascimento do
basquete feminino no país?
RM- Entendo
que a LBF foi fundamental para que o basquete feminino adulto não acabasse no
Brasil. Tivemos no passado uma gestão desastrosa que estava acabando com a
modalidade e a colocou no fundo do poço. Neste momento, o mais difícil, a LBF
estava lá, mantendo de pé a bandeira do basquete feminino, mesmo com todas as
dificuldades. Também com a mudança do calendário e, principalmente, pelo
repatriamento de quase todas as atletas de alto nível que estavam jogando
exterior. As jogadoras chegam na seleção bem preparadas fisicamente, em ritmo e
em pleno campeonato. Da conquista do Pan em Lima, 11 das 12 jogadoras estavam
atuando na Liga. Creio que a LBF foi fundamental para o renascimento do
basquete feminino, e com isso quero dizer clubes, atletas, comissões técnicas,
dirigentes.
ME- Qual a expectativa para a temporada 2020 da
LBF?
RM- A
temporada 2020 é especial. São 10 anos de LBF. Se queremos e estamos evoluindo,
não podemos pensar diferente do que organizar uma temporada ainda melhor que
2019. Isso deve-se principalmente ao crescimento e maturidade dos clubes, os
aprendizados e o comprometimento das atletas. Começamos o campeonato no dia 8
de março e tenho certeza que será muito disputado, principalmente porque
acredito que as atletas estarão disputando vaga nas Olimpíadas.
ME- Já existe a confirmação das equipes participantes?
RM - Na
reunião realizada em dezembro passado tivemos 17 equipes participantes, porém
outras que jogarão a LBF não puderam comparecer. Vejo como consequência a
quantidade de equipes interessadas. Trabalhamos muito para isso, porém queremos
que a LBF seja um produto legal para o mercado, torcedores, jogadoras; para
isso, estamos preocupados é com a qualidade e prezaremos por isso. Seja a
quantidade de equipes que for, faremos a melhor temporada. Saberemos as equipes
que disputarão a LBF 2020 no dia 10/02, conforme cronograma apresentado
na reunião em dezembro.
ME- Qual será o formato de disputa?
RM -Neste
dois anos, o regulamento, a forma de disputa e a tabela são propostos pela LBF
aos clubes, que opinam e decidem qual a melhor forma. Para isso, temos uma
outra reunião após a confirmação das equipes interessadas, onde sentaremos e
definiremos o formato. Esta reunião já está agendada para o dia 13 de fevereiro
em São Paulo -SP.
ME- Assim como em outras temporadas, a LBF irá custear as viagens das
equipes e a arbitragem?
RM- Atuei
por 12 anos como gestor da equipe de Americana e sei a importância de a LBF
ajudar nos principais custos das equipes, como viagens e arbitragem. Briguei
muito por isso. Hoje temos por escrito que, de toda a receita disponível para a
temporada, 70% deve ser investido direta ou indiretamente aos clubes. Já
conseguimos apresentar aos clubes o subsídio de 40% em passagens aéreas, item
que é um grande custo do orçamento dos clubes. Estamos correndo para tentar
apresentar até o dia 20 de janeiro o que de novo conseguirmos conquistar.
ME-Como o senhor avalia a situação do basquete feminino no país,
atualmente?
RM - Muito
melhor que quatro anos atrás, quando fomos para as Olimpíadas e não ganhamos um
jogo sequer. Muito melhor que três anos atrás, quando não tínhamos expectativa
alguma de participar das Olimpíadas em Tóquio. Muito melhor que há um ano,
quando tivemos novamente 10 equipes disputando a LBF. Estou esperançoso e
confiante com a possível classificação do Brasil para as Olimpíadas.
ME- Qual mensagem o senhor gostaria de deixar ao fã de basquete?
RM- O
basquete feminino sofreu demais com os descasos de dirigentes que praticamente
destruíram a modalidade. A mudança só foi possível porque na maioria das
cidades existem apaixonados pelo basquete, que se dedicam de forma
emocionante. Valorize a equipe da sua cidade. Valorize os apaixonados
pelo nosso basquete feminino. Enquanto muitos não acreditam, eles nunca pararam
de trabalhar.
Colaborou para a entrevista, Matheus Moura.
Fotos – Divulgação/Alexandre Carvalho
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