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A DESPEDIDA MELANCÓLICA DE FERNANDO ALONSO




Por Daniel Nápoli

No domingo (25), o espanhol bicampeão mundial Fernando Alonso, fará no GP dos Emirados Árabes Unidos, a última corrida de sua carreira na Fórmula1. Apesar de ter em seu currículo dois títulos, 32 vitórias, 22 poles positions e 313 provas disputadas (ficando atrás apenas do brasileiro Rubens Barrichello neste quesito), o piloto deixará o grid de maneira melancólica, deixando a impressão de que poderia ter conquistado muito mais.


Alonso iniciou sua trajetória na Fórmula 1 em 2001, na Minardi. Após uma temporada sabática, em que ficou como piloto de testes, retornou em 2003 pela Renault, escuderia onde faturou os campeonatos de 2005 e 2006, desbancando o heptacampeão mundial Michael Schumacher, o recordista de títulos.

Na época, Fernando que se tornou então o campeão e o bicampeão mais jovem da história (recordes batidos por Lewis Hamilton e Sebastian Vettel posteriormente), não só colocou fim a “Era Schumacher”, como despontou para ser o novo “dono” da categoria e candidato a bater os recordes do alemão.
O tempo acabou mostrando, no entanto, que tudo não passava de impressão, apesar do talento do espanhol.

Após o bicampeonato na Renault, Alonso acertou sua transferência para a McLaren, para a temporada 2007, fazendo dupla com o novato Lewis Hamilton de 22 anos, “cria” da casa, uma vez que fazia parte do programa de pilotos do time, desde a infância.

Contando com o melhor carro do grid daquela temporada, o piloto começou a dizer adeus ao seu “reinado” ao ver o novato Hamilton lhe “encarar”  e superá-lo. Embora tenham empatado em pontos (109), acabou perdendo nos critérios de desempate.

Acreditando que seria o piloto número 1 da equipe inglesa, Fernando se envolveu em polêmicas durante aquela temporada disparando críticas contra Lewis e Ron Dennis, chefe-da equipe, alimentando assim uma rivalidade interna. Não bastasse isso, se sentindo desprezado na McLaren, Alonso acabou colaborando com a Federação internacional de Automobilismo (FIA), entregando provas, de maneira espontânea,no caso de espionagem que envolveu a escuderia (contra a Ferrari), que culminou com a perda dos pontos conquistados naquele ano e consequentemente o título de construtores, além de multa de U$ 100 milhões.

Os atos de Alonso, fizeram deteriorar ainda mais a sua relação com o time, tendo então seu contrato rompido e selado seu retorno para a Renault, a partir de 2008.

De volta a equipe que o consagrou, Fernando não só encontrou novas dificuldades, como se envolveu em nova polêmica. Longe de contar com um carro competitivo como os de seu bicampeonato, em 2008, o piloto subiu ao pódio somente em três provas, vencendo duas: em Singapura e no Japão.

Na primeira vitória em seu retorno ao time francês, a polêmica. Na oportunidade, uma tramoia denunciada somente no ano seguinte, pelo piloto brasileiro Nelsinho Piquet, foi traçada para beneficiar o espanhol. Naquela corrida, o então chefe de equipe da Renault, Flávio Briatore, pediu para que Piquet, companheiro de escuderia de Alonso, batesse de propósito seu carro na volta 14, para que assim tivesse a entrada do safety-car na pista,assim todos os pilotos fariam a sua parada para reabastecimento e Fernando, que já havia feito a sua, duas voltas antes, herdaria posições e ficaria com o caminho livre para a vitória. Foi o que aconteceu.

O caso foi julgado, com Briatore sendo banido da Fórmula 1, Nelsinho, foi absolvido, assim como Alonso, que não tinha provas lhe incriminando no caso, apesar de ter sido beneficiado. Em 2009, ano do julgamento, o desempenho do espanhol foi ainda pior, conquistando apenas um pódio (terceiro lugar em Singapura)


Para a temporada 2010, Fernando trocou novamente de time. Ao assinar com a Ferrari, lugar em que ficou mais tempo na categoria, acreditava finalmente que, com um projeto sólido, enfim conquistaria o tricampeonato. Apesar de cinco vitórias logo na primeira temporada (com uma delas cheia de polêmica, quando a equipe ordenou que Felipe Massa lhe entregasse a vitória, no GP da Alemanha),vou o sonho do título ruir, na última etapa.

Líder daquela temporada, Alonso chegou ao GP dos Emirados Árabes Unidos precisando apenas de um sexto lugar para ficar com o tri, porém ficou praticamente a prova inteira, “preso” atrás de Vitaly Petrov, que contava com um carro inferior (Renault), terminando na sétima posição. O resultado deu o título ao “azarão” Sebastian Vettel, da Red Bull.

Em 2011, Alonso venceu em apenas uma oportunidade e terminou na quarta colocação com a Ferrari, porém no ano seguinte, as coisas melhoraram. Foram três vitórias, mas não foram suficientes para lhe garantir a taça. Ao final da temporada, um vice-campeonato e ironicamente, um tricampeão: Sebastian Vettel.

Veio 2013 e nova frustração para Alonso. Mais um vice-campeonato, após uma disputa inglória contra uma “imbatível” Rede Bull de Vettel, que ficou com o tetracampeonato.

Em seu último ano de Ferrari, Fernando viveu sua pior temporada na equipe. Em 2014, apenas um pódio (terceiro lugar na China) e um amargo sexto lugar na classificação geral. Foi a deixa para o espanhol selar o seu retorno para a McLaren, que passaria a contar novamente com os motores Honda, revivendo uma parceria de sucesso nos anos 1980 e 1990.

O retorno da parceria McLaren-Honda, no entanto, não foi sinônimo de sucesso e mais uma vez escancarou o erro nas escolhas de Alonso ao negociar contratos e trocar de equipes. Em três temporadas (2015, 2016 e 2017), teve como melhores resultados três quintos lugares, somando 17 abandonos e disputadas nas últimas posições do grid.

Longe dos carros mais competitivos e com a fama de ser uma pessoa desagregadora, Alonso se viu sem alternativas interessantes na categoria, permanecendo assim na McLaren, para 2018, que desfez o casamento com a Honda, adotando os motores Renault.

O motor foi trocado, porém os problemas permaneceram. Tendo como melhor resultado na temporada um quinto lugar (na Austrália) e sete abandonos, Fernando decidiu deixar a Fórmula 1. Ironicamente, sua decadência na categoria coincidiu com a da McLaren, mesma equipe pela qual encerra sua trajetória na categoria máxima do automobilismo mundial.

Fernando Alonso tem seu nome gravado na história. Porém deixa a Fórmula 1 de maneira melancólico. Sai como um piloto extremamente talentoso, mas que poderia ter conquista muito mais, não fosse  seu temperamento e também as suas escolhas erradas.

Agora, Alonso de 37 anos, se arriscará em outras categorias, uma vez que seu amor pelo esporte a motor e sua fome por vitórias permanecem intactos.




Moura Nápoli

Moura Nápoli

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