1970
Por
Daniel Nápoli
Após o fiasco na preparação para a Copa-1966, o Brasil
retomou as rédeas da fórmula do sucesso de 1958 e 1962. Para isso, a aposta
para o Mundial-1970 foi de Zagallo para o comando técnico.
Embora não tivesse outra
experiência como treinador, conhecia a maioria de seus comandados e havia tido
participações efetivas nas conquistas da Seleção Canarinho na Suécia e no
Chile.
Apesar de contar com uma constelação de craques, o Brasil
se encontrava com “um pé atrás” em relação ao sonho do tri. Inglaterra,
Alemanha e Itália, tinham times fortes, que poderiam incomodar.
Mário Jorge Lobo Zagallo levou para o México, os
seguintes jogadores:
Goleiros – Félix (Fluminense), Ado (Corinthians) e Leão
(Palmeiras)
Laterais – Carlos Alberto (Santos), Marco Antônio
(Fluminense), Everaldo (Grêmio) e Zé Maria (Portuguesa-SP)
Zagueiros – Brito (Flamengo), Piazza (Cruzeiro), Baldochi
(Palmeiras), Fontana (Cruzeiro) e Joel (Santos)
Meio-campistas – Clodoaldo (Santos), Gérson (São Paulo),
Rivelino (Corinthians) e Paulo César Caju (Botafogo-RJ)
Atacantes – Jairzinho (Botafogo-RJ), Tostão (Cruzeiro),
Pelé (Santos), Roberto (Botafogo-RJ), Edu (Santos) e Dadá Maravilha
(Atlético-MG)

Três dias depois, no mesmo estádio, um clássico
envolvendo os vendedores das três Copas anteriores: Brasil x Inglaterra. Em um
duelo extremamente duro, Jairzinho conseguiu vencer a muralha Gordon Banks,
marcando o único gol do jogo.
Encerrando a primeira fase, o Brasil, também no Jalisco,
venceu a Romênia por 3x2, gols de Pelé (dois) e Jairzinho. Os brasileiros
estavam classificados para as quartas de final, para encarar o Peru, treinado
por um velho conhecido: o bicampeão mundial Didi.
No dia 14 de junho, o Brasil enfrentou os peruanos nas quartas
de final, no estádio Jalisco. Em um confronto duro, Rivellino tratou de por os
bicampeões mundiais na frente, com Tostão ampliando a vantagem em 2x0. Ainda no
primeiro tempo, Gallardo diminuiu para o adversário.
Veio o segundo tempo e Tostão novamente, aumentou a
vantagem canarinho. Cubillas diminui para o Peru, mas Jairzinho tratou de
anotar o quarto gol brasileiro, que além da tranquilidade, possibilitou que o
Brasil avançasse para as semifinais. O adversário seria novamente um
sul-americano, porém, um rival indigesto: o Uruguai.
Mais uma vez, no estádio Jalisco, em Guadalajara, o
Brasil entrava em campo no dia 17 de junho, para enfrentar o Uruguai, 20 anos
depois do “Maracanazzo”. O sentimento de revanche estava no ar.
“Um filme passou na cabeça” de milhões de brasileiros,
quando os uruguaios abriram o placar com Cubila. Mas com sangue frio e um belo
futebol, o Brasil virou a partida com gols de Clodoaldo, Jairzinho e Rivellino.
No duelo dos bicampeões, deu a seleção canarinho. Mais uma vez o país estava na
final.
Na decisão, o Brasil lutaria pela posse definitiva da
Taça Jules Rimet, diante da Itália, também bicampeã. Após o duelo, o mundo
conheceria a primeira seleção tricampeã de sua história.
Favorito a conquista, o Brasil abriu o placar com Pelé,
mas em uma falha de Clodoaldo, cedeu o empate para os italianos. Apesar de ter
feito uma primeira etapa nervosa, os brasileiros “colocaram a cabeça no lugar”,
assim como na partida da semifinal e com um toque de bola de qualidade, voltou
a ficar na frente com um gol de Gérson.
A vantagem foi ampliada com Jairzinho e o quarto gol, que
selou a conquista do tricampeonato mundial, foi marcado por Carlos Alberto
Torres, após uma linda jogada.
O Brasil conquistava a posse definitiva da Taça Jules
Rimet e o planeta voltava a ser brasileiro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário