A PAIXÃO SANTISTA
Por Moura Nápoli
Nasci em São Paulo e sou de um tempo em que o torcedor podia ir ao estádio com a camisa do clube e portando bandeira. Eu tinha uma de 2m x 3,20m e – incrível – não corria o risco de ser trucidado no meio da rua.
Minha paixão pelo Santos nasceu em plena era Pelé, mas foi com o futebol de Edu que me encantei por aquele time de manto branco. A paixão é inexplicável. Como torcer para um time cuja camisa mais famosa do mundo era a segunda? (oficialmente a primeira camisa do Santos é a listrada) E como torcer para um time cujo hino mais famoso (Leão do Mar) não é o hino oficial? Simplesmente não tem explicação!
Vivi o fim da gloriosa Era Pelé, amarguei os anos de ostracismo, vendo o Trio de Ferro colecionar títulos e o Peixe afundar em times medíocres, com dirigentes idem... Mas jamais pensei em mudar. Jamais.
Porque o ciclo da vida também é inexplicável. Tal como as ondas, vai e volta. E para quem pensava que o Santos jamais voltaria a encantar o mundo, vi as coisas mudarem.
Em 1978, a primeira geração dos Meninos da Vila, comandada por Juari, Pita, Ailton Lira, Batata e João Paulo, tendo a experiência, ainda, de Clodoaldo.
Em 1984, Serginho Chulapa & Cia. Em 1995, a épica virada sobre o Fluminense, no Pacaembu, nada igual. O técnico Cabralzinho não descendo para o intervalo e o time reunido no meio do gramado com milhares de torcedores gritando o nome do clube, foi único e de arrepiar. Giovanni liderando um time que acabou sendo vice brasileiro diante do Botafogo num erro gritante de arbitragem...
Depois a segunda geração dos Meninos, com Diego, Robinho, Elano, Renato, Léo, as Torres Gêmeas. Santástico!
E agora a terceira geração, com Neymar e Ganso liderando uma galera simplesmente espetacular.
Hoje em dia, as crianças nascem, o pai sai da maternidade e antes de registrar o filho no cartório, registra uma procuração que levará a criança para a Europa.
Mas Neymar está provando mais uma vez, que o Santos é diferente. O verdadeiro santista é diferente.
Hoje, até por força profissional, não sou um torcedor fanático, passional, como antes. Porém, quem é santista é santista. E com muito orgulho!
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