MUNDO TRICOLOR – PARTE 1
Por Daniel Nápoli
Há exatos 20 anos, no dia 13 de dezembro de 1992, o São
Paulo Futebol Clube, conquistava pela primeira vez o Mundial Interclubes, ao
bater o Barcelona-ESP por 2x1, de virada, com dois gols de Raí.
Como uma data tão importante como essa não poderia passar em
branco, o blog Momento do Esporte traz depoimentos de torcedores que
acompanharam aquela partida histórica e guardam na memória esse momento
inesquecível para o clube e para o futebol brasileiro.
Hoje será postada a primeira parte do Especial, com o
depoimento de dois são-paulinos.
Luisinho Silveira, 36, Editor do Jornal Identidade – Cidade
Nova

Naquele instante, o silêncio pairava no ar, a
rua deserta e todos atentos ao início de uma grande partida de futebol, uma
final de Mundial Interclubes e era meu time que estava ali representando o
nosso país frente a uma potência mundial, a equipe do Barcelona considerada a
melhor do mundo na época, com grandes nomes como: Zubizarreta, Goikoetxea,
Guardiola, Stoichkov , Laudrup e cia.
Pensei
comigo: “meu Deus como vamos levar esse título frente a um time com jogadores linha de frente do futebol
mundial? A resposta viria do nosso banco de reservas, ali estava um Mestre que
sabia como armar uma equipe de futebol, sabia que para ganhar um jogo era
necessário apenas jogar bola e sem abusar de faltas, ali estava, Telê Santana
da Silva.
Pois bem valeu a pena esperar horas de cansaço
e interromper o sono, chegou a hora do tudo ou nada, as equipes entraram em
campo e eu ali sozinho na sala, apreensivo com todos em casa dormindo, pensei:
“não vou ficar aqui, sofrer ou festejar sozinho”. Saí de casa rapidamente e subi
com destino a Vila São José, na casa de um amigo chamado Marcos, também
são-paulino. Cheguei lá o jogo não tinha iniciado, a torcida ali era maior,
cinco são-paulinos e apenas um corintiano nos secando, enfim ali o clima era
mais festivo.
Respirei aliviado, meu tricolor não se abateu
e empatou a partida, começando a gostar do jogo novamente. O
São Paulo merecia muito vencer aquele jogo! Seria a consagração de um time que
entrou para a história, tamanha eficiência e qualidade técnica, e que motivou o
surgimento do adesivo que estava presente em milhares de vidros de carros que
dizia “Torcer para o São Paulo é uma grande moleza”, frase esta de autoria do
jornalista Milton Neves.
A agonia do empate perdurou até o fim do segundo tempo,
quando Raí nos proporcionou uma cena linda, sublime, inesquecível, uma cena
eternizada, o Mestre Telê comemorando e sorrindo a beira do gramado ao
ver o golaço de falta do craque tricolor. A bola entrou no ângulo da meta do
então goleiro do Barça, Zubizarreta. Um verdadeiro golaço, digno de uma final
de Mundial. Meu coração foi a mil, não contive as lágrimas ao ver meu time
ganhando de virada de uma verdadeira seleção de craques na sua maioria da
seleção espanhola de futebol. Contei os minutos finais segundo a segundo, era a
primeira vez que via meu time do coração conquistando o mundo. As arquibancadas do estádio Nacional de
Tóquio estavam em festa! O tradicional " Ai ai aiai, tá chegando a hora, o
dia já vem raiando meu bem ... " tomou conta das arquibancadas, era meu
time na frente do marcador, era meu time conquistando o mundo. E
assim que soou o apito do juiz, teve início um verdadeiro carnaval, minhas
inevitáveis lágrimas, felizmente de alegria, correram pelo rosto.

Logo após a entrega das premiações e da Taça
de Campeão do Mundo ao meu tricolor, descemos eu e meus amigos até a praça da
Matriz e ali fizemos o carnaval antecipado, me lembro de ter subido no semáforo
gigante com a bandeira do São Paulo em mãos, estava em êxtase total, afinal
acabávamos de CONQUISTAR O MUNDO diante de um time de estrelas e até então
considerado a melhor equipe do planeta.
Tudo isso há 20 anos, eternizado para sempre
na minha memória e na memória de todos os são-paulinos.
Fernando Nápoli, 43, Supervisor de Vendas
Era a primeira vez que o São Paulo disputava o título
mundial interclubes, após a vitória inédita da Libertadores.
Na época, eu ainda era solteiro e assisti ao jogo sozinho
sem poder fazer muito barulho, pois meus pais estavam dormindo.
A lembrança mais marcante que tenho desse jogo foi dos dois
gols que saíram dos pés do Raí. O primeiro, após um lindo lançamento do Müller
que possibilitou o empate ainda no primeiro tempo e depois, o golaço de falta
no final do segundo tempo, que garantiu a vitória do Tricolor e a conquista do primeiro título mundial.
O difícil mesmo foi comemorar tudo isso em silêncio...
rssss...
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