Por Daniel Nápoli
Maior
artilheiro do Brasil em Copas do Mundo de Futebol Masculino e segundo maior
goleador da competição em todos os tempos, Ronaldo Nazário de Lima, o Ronaldo
Fenômeno, passou por diversos momentos em Mundiais, sendo acima de tudo, um
exemplo de superação e vitórias.
Convocado
para a disputa da Copa do Mundo de 1994, o então jovem de 17 anos (nascido em 22 de
setembro de 1976, no Rio de Janeiro), não participou de nenhum jogo do Brasil
daquele mundial, mas integrou o grupo que conquistou o tetracampeonato nos EUA.
Quatro
anos depois, o já campeão mundial e eleito duas vezes o melhor jogador do mundo
pela FIFA (1996 e 1997), chegou a Copa do Mundo na França, com status de craque
e favorito para ser o artilheiro, craque e campeão.
Em
seu primeiro jogo em Copas, “passou em branco” na vitória por 2x1 sobre a
Escócia, balançando uma vez a rede no triunfo por 3x0 em cima do Marrocos, não
estufando as redes no terceiro e último jogo da primeira fase, na derrota para
a Noruega (2x1).
Nas
oitavas de final, o artilheiro marcou dois gols na goleada por 4x1 sobre o
Chile, não deixando sua marca nas quartas, no triunfo brasileiro diante da
Dinamarca (3x2).
O
craque que havia balançado as redes em três oportunidades, “apareceu” na
semifinal, em um confronto histórico diante da Holanda, sendo o autor do gol no
empate por 1x1 (com vitória do Brasil nos pênaltis por 4x2, após uma dramática
prorrogação).
Na
final, diante da França, o que era para ser a consagração definitiva de
Ronaldo, tornou-se um pesadelo. Às vésperas da partida, o craque sofrera uma
convulsão e mesmo inicialmente estando fora da equipe titular que iria iniciar
a decisão, o craque mesmo contrariando médicos e demais membros da comissão
técnica, quis entrar em campo, começou como titular, mas pouco pode produzir.
Visivelmente
abalados, os jogadores do Brasil foram superados pelos franceses que empurrados
pela torcida, fizeram a partida de suas vidas, batendo o Brasil por 3x0.
Em
2002, a superação do atacante começou a se desenhar. Depois da decepção do
Mundial de 1998 e de ter sofrido duas graves lesões que colocaram em dúvida até
mesmo sua continuidade no futebol, Ronaldo se recuperou a tempo e bancado pelo
técnico Felipão, foi para a Copa do Mundo da Coreia do Sul e do Japão, embora
cercado de desconfiança.
Logo
na estreia, contra a Turquia, o Fenômeno anotou um gol na vitória por 2x1 sobre
a Turquia, repetindo a dose na goleada por 4x0 frente a China. No encerramento
da primeira fase, marcou mais duas vezes em nova goleada, esta sobre a Costa
Rica (5x2).
Nas oitavas de final, contra a Bélgica, marcou mais um gol na vitória por 1x0, “passando em branco” nas quartas, no triunfo do Brasil por 2x1 contra a Inglaterra.
Às
vésperas da semifinal, dores musculares voltaram a atormentar, Ronaldo, que não
esmoreceu e com um corte de cabelo, apelidado de “Cascão” (por lembrar o do
personagem da Turma da Mônica, de Maurício de Souza), marcou um gol de “bico”
contra a Turquia, na vitória por 1x0 que colocou o Brasil na final diante da
Alemanha.
Na
decisão, veio a consagração definitiva. Contra o badalado goleiro alemão Oliver
Khan, eleito o melhor da competição (a eleição foi antes da final), Ronaldo
marcou os dois gols da vitória por 2x0 (o segundo após um brilhante corta-luz
de Rivaldo) que garantiu ao Brasil o pentacampeonato mundial. O Fenômeno de
contestado tornou-se novamente campeão da Copa do Mundo e de quebra faturou a
artilharia da competição, com oito gols.
Definitivamente
consagrado, Ronaldo (eleito uma vez mais o melhor jogador do mundo pela FIFA,
em 2002) foi para a Copa do Mundo de
2006, mesmo longe da forma física ideal, como um dos favoritos a artilharia e
integrando uma Seleção Brasileira favorita ao título, contando ainda com nomes
como Ronaldinho Gaúcho (melhor do mundo em 2004 e 2005), Kaká, Adriano, Cafú,
Roberto Carlos e cia.
Nos dois primeiros jogos da fase de grupos, o
Fenômeno não balançou as redes, voltando a marcar em Mundiais, no encerramento
da primeira fase, contra o Japão, oportunidade em que deixou sua marca duas
vezes.
Marcou
mais uma vez em Copas, na vitória do Brasil pro 3x0 sobre Gana, nas oitavas de
final. Pelas quartas, diante da França, não conseguiu balançar as redes na
derrota por 1x0.
Depois
da eliminação no Mundial, só voltou a vestir a camisa do Brasil, em um jogo
festivo que marcou a sua despedida da Seleção Brasileira, em 2011, contra a
Romênia. Ronaldo não marcou gol, na vitória brasileira por 1x0.
Pelo
Brasil, o Fenômeno atuou entre 1994 e 2006 e posteriormente em 2011, marcando 67
gols em 105 partidas, sendo bicampeão da Copa do Mundo (1994 e 2002), campeão
da Copa das Confederações (1997) e bicampeão da Copa América (1997 e 1999).
Pela seleção Sub-23, foi medalhe de bronze dos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996.
Por
clubes, o craque atuou por Cruzeiro (1993-1994), PSV Eidhoven-HOL (1994-1996),
Barcelona-ESP (1996-1997), Inter de Milão (1997-2002), Real Madrid-ESP
(2002-2007), Milan (2007-2008) e Corinthians (2009-2011), sendo campeão Mundial
Interclubes (2002), campeão da Copa da UEFA (1997/1998), campeão da Recopa
Europeia (1996/1997), campeão espanhol (2002/2003), bicampeão da Supercopa da
Espanha (1996 e 2003), campeão da Copa da Holanda (1995/1996), campeão da Copa
do Rei (1996/1997), campeão da Copa do Brasil (2009) e campeão Paulista (2009).
Atualmente,
Ronaldo administra uma empresa de marketing esportivo e é presidente do clube
espanhol Valladolid, que disputa a primeira divisão nacional.
Fotos
– Getty Images
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