
Há exatos 30 anos, no dia 5 de julho de 1982, o Brasil inteiro chorava a eliminação da Copa do Mundo, frente a Itália. Sem dúvida, a derrota foi uma das mais doloridas da história do futebol nacional, ao lado da perda da Copa de 1950, disputada em território brasileiro.
Um time recheado de craques como Zico, Júnior, Falcão, Sócrates e cia não poderia jamais sair daquela Copa sem o caneco. Não só para o país, mas para o mundo do futebol, a conquista do tetra naquele ano era só questão de tempo.
Mas naquela tarde, o futebol-arte sucumbiu à frieza, ao pragmático futebol da Itália, de Zoff, Conti, Tardelli e Paolo Rossi, que anotou três gol que selaram o destino de uma nação. Justo Rossi, que até então não havia marcado em um jogo sequer da competição e já era duramente questionado pela própria imprensa italiana.
Brasil 2x3 Itália, disputado no estádio Sarría (demolido em 1997), na cidade de Barcelona, entrou para a história do futebol. A seleção canarinho pode não ter ganho a Copa, mas ainda está no imaginário do torcedor que preza pelo futebol-arte.
Sendo assim, 30 anos depois, o MOMENTO DO ESPORTE ouviu duas pessoas que vivenciaram aquele 5 de julho de 1982 e nos contam como viram aquela derrota e o que mudou para o futebol aquele resultado.
João Gonzales, 68, jornalista
TRAGÉDIA DO SARRIÁ – COPA DO MUNDO DE 1982

Renato Boni, 43, micro-empresário

Eu tinha 13 anos, quando aconteceu a "Tragédia do
Sarriá" e na inocência de adolescente já apaixonado por futebol eu
tinha uma única certeza, era impossível sermos eliminados pela
Itália naquele dia. Não tinha ninguém que duvidasse que seriamos campeões
do mundo naquele ano, tinhamos Zico, Sócrates, Falcão, Éder, Júnior,
Cerezo...até o mais pessimista não acreditava numa desclassificação diante da irregular
Itália. Quando o jogo começou, mesmo após a cada gol que o Paolo Rossi marcava
eu continua acreditando, me lembro de ver a fisionomia de preocupação do meu
pai e eu pensava; por que ele está tão nervoso, nós vamos ganhar. Mas aí o
tempo foi passando, a angústia aumentando e quando o jogo terminou só me lembro
de ver meu pai com os olhos vermelhos, tentando segurar o choro e um silêncio
total nas ruas.
Depois dessa derrota o futebol mudou muito, a maioria dos treinadores chegaram a conclusão de que o futebol arte, de toque de bola, pode ser muito bonito de se ver mas não dá resultado dentro de campo e a melhor solução para conseguir uma vitória é colocar o máximo de volantes que puder para marcar o time adversário e quem sabe fazer um gol de bola parada ou no contra-ataque. Conclusão; o futebol de hoje é muito mais feio que o de 30 anos atrás.
Depois dessa derrota o futebol mudou muito, a maioria dos treinadores chegaram a conclusão de que o futebol arte, de toque de bola, pode ser muito bonito de se ver mas não dá resultado dentro de campo e a melhor solução para conseguir uma vitória é colocar o máximo de volantes que puder para marcar o time adversário e quem sabe fazer um gol de bola parada ou no contra-ataque. Conclusão; o futebol de hoje é muito mais feio que o de 30 anos atrás.
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