COPA DO MUNDO –1954
A VEZ DA ALEMANHA OCIDENTAL
Por Daniel Nápoli
Em comemoração aos 50 anos da FIFA, a Copa do Mundo de 1954,
teve realização na Suíça, sede da entidade máxima do futebol. Ao todo, 16
seleções participaram da quinta edição do mundial. A saber: Suíça (país-sede),
Uruguai (então campeão do mundo), Brasil, Iugoslávia, França, México, Hungria,
Alemanha Ocidental, Turquia, Coréia do Sul, Áustria, Tchecoslováquia, Escócia,
Inglaterra, Itália e Bélgica.
Pelo regulamento, os países participantes seriam divididos
em quatro grupos de quatro seleções, classificando-se para as quartas-de-final
os dois selecionados melhores colocados em suas respectivas chaves.
Os grupos da Copa-1954 foram divididos da seguinte forma:
Grupo 1 (Brasil Iugoslávia, França e México), Grupo 2 (Hungria, Alemanha
Ocidental, Turquia e Coréia do Sul), Grupo 3 (Uruguai, Áustria,
Tchecoslováquia, Escócia e Grupo 4 (Inglaterra, Suíça, Itália e Bélgica).

Grande favorita ao título, a Hungria que chegava à Copa com
uma invencibilidade de quatro anos e credenciada por goleadas expressivas,
entre elas uma vitória por 5x0 contra a Inglaterra, em pleno estádio Wembley,
também não tomou conhecimento de seus adversários na primeira fase. Na estreia,
uma sonora goleada contra a Coréia do Sul (9x0) e na sequência, expressiva
vitória contra a Alemanha Ocidental (8x3).
Neste Grupo 2, assim como os húngaros, avançaram os alemães.
Única seleção capaz de conquistar a taça Jules Rimet de
forma definitiva (já que o regulamento previa que a seleção que conquistasse o
mundial por três vezes consecutivas ficaria com posse definitiva da taça) o
Uruguai também se classificou para as quartas-de-final sem dificuldades pelo
Grupo 3 (vitórias por 2x0 sobre a Tchecoslováquia e 7x0 sobre a Escócia). As demais seleções classificadas para a fase de quartas-
de-final forma Áustria, Inglaterra e Suiça.
Quartas-de-final
Passada a fase inaugural do torneio, os confrontos da fase
de quartas-de-final forma definidos da seguinte maneira: Hungria x Brasil,
Uruguai x Inglaterra, Áustria x Suíça e Alemanha Ocidental x Iugoslávia,

Na partida mais emocionante da fase, Suíça, dona da casa, abriu 3x0 no placar
diante da Áustria. A festa pela ida às semifinais já estava sendo feita, mas de
forma surpreendente, ainda no primeiro tempo, os austríacos viraram o placar em
4x3. Na segunda etapa os visitantes fizeram mais três gols e mesmo tentando a
recuperação, os donos da casa não conseguiram evitar a derrota por 7x5 e a
frustrante eliminação.
Com vitórias por 4x2 sobre a Inglaterra e 2x0 diante da Iugoslávia, Uruguai e Alemanha
Ocidental, respectivamente, garantiram a classificação.
Semifinal

Na outra semifinal, a Alemanha Ocidental não teve dificuldades
para garantir a vaga para a sua primeira final de Copa do Mundo, ao atropelar
os austríacos por 6x1.
Terceiro lugar:
O “bronze” da Copa-1954 ficou com a Áustria, que se refez da
goleada sofrida diante da Alemanha Ocidental e bateu os uruguaios por 3x1.
O Milagre de Berna
No dia 4 de julho de 1954, o estádio Wankdorf, em Berna,
recebia a grande final do torneio entre Hungria x Alemanha Ocidental.
A grande expectativa ficava por conta da “coroação” do
“futebol-arte” húngaro com a conquista da Copa. Não só pelo fato de ter goleado
o mesmo adversário da final, ainda na primeira fase, por 8x3 (apesar dos
alemães terem utilizado um time reserva), mas por estar sem perder há 29 jogos
ou quatro anos, com a série sendo iniciada em maio de 1950.
Teve início a partida e mesmo lesionado, não demorou para
Puskas abrir o placar. Mal teve tempo
para assimilar o gol sofrido, a Alemanha Ocidental sofria um novo gol dois
minutos depois, dessa vez de Czibor.
Debaixo de uma forte chuva, parecia que uma nova goleada
húngara se desenhava. Só parecia. Dois minutos depois, Morlock diminui o
prejuízo e aos 18 minutos do primeiro tempo, Rahn empatou.
À partir daí, a final de um mundial de futebol, passou a ser
uma partida de xadrez, com dois times demonstrando bastante frieza e técnica.
Quando a decisão parecia se encaminhar para a prorrogação, de forma milagrosa,
Rahn marcou o seu segundo gol na partida e o terceiro da Alemanha Ocidental,
garantindo ao país que ainda tentava resgatar a sua imagem no pós-guerra, um
inédito título.
Era o Milagre de Berna. Era a queda de um fantástico time
que perdera quando não podia. Era a vitória alemã vinda na raça. Era a vitória
do futebol pragmático, contra o
futebol-arte.
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