CONTRATADO
PARA SER O CRAQUE DO CORINTHIANS, GARRINCHA FEZ APENAS UM GOL EM PARTIDA
OFICIAL, MAS DEU AO ALVI-NEGRO O APELIDO DE “TIMÃO”
Após o histórico título do IV Centenário em 1954, o
Corinthians mergulhou em um incrível jejum que só viria a ser quebrado em 1977,
quando venceu a Ponte Preta e voltou a ser campeão paulista.
Em 1966, já incomodada com a falta de conquistas, a já
enorme torcida exigia um grande time e um craque que pudesse comandar o elenco
e fazer a diferença.
Foi assim que se anunciou a contratação de Manoel Francisco
dos Santos, o consagrado Mané Garrincha. O jogador nascido em Pau Grande,
distrito de Magé, no Rio de Janeiro havia jogado por 12 anos no Botafogo
carioca e encantado o mundo.
Herói da conquista brasileira em 1958, na Suécia e
principalmente em 1962, no Chile, o “Anjo das Pernas Tortas” assombrou o mundo
com seus dribles maravilhosos e seu futebol moleque.
Contratado a peso de ouro, Garrincha chegou a São Paulo
aos 32 anos, já com sua carreira em decadência, devido principalmente aos
problemas nos joelhos, especialmente o esquerdo e também a luta que travava
contra o alcoolismo.
O presidente do Corinthians era Wadih Helou, que acabou
sendo muito criticado na época, já que gastou muito por um jogador que entre
jogos oficiais e amistosos, vestiu o manto alvi-negro em apenas 13
oportunidades, balançando as redes apenas duas vezes (um gol no amistoso contra
o Cruzeiro em um amistoso no Mineirão e um gol no Pacaembu, diante do São
Paulo, no Torneio Rio-São Paulo, há 54 anos atrás)
Timão
–
Encantada e esperançosa, a fanática torcida apelidou o time como “Timão”. Com a
ajuda da imprensa da época, principalmente o jornal Gazeta Esportiva, a alcunha
que nasceu em 1966 e dura até hoje.
Faziam parte do elenco nomes como os goleiros Heitor e
Marcial e grandes jogadores como Jair Marinho, Dino Sani, Ditão, Nair, Flávio,
Tales, Gilson Porto, Rivelino e, naturalmente, Mané Garrincha. O técnico, em
1966, foi Oswaldo Brandão.
Depois do Corinthians, Garrincha perambulou por várias
equipes como Flamengo e outras menores, encerrando sua carreira de forma
melancólica no Olaria carioca, em janeiro de 1972.
Manoel Francisco dos Santos, “Alegria do Povo”, faleceu
em 20 de janeiro de 1983, aos 49 anos, vítima de cirrose hepática, no Rio de
Janeiro.
Fora das quatro linhas, Garrincha também deus seus dribles e também marcou seus gols - se assim se pode dizer - de sua conturbada vida pessoal.
Casado com Nair, sua namorada de infância, Mané teve nove filhas. Em 1962, no Chile, encantou-se pela cantora Elza Soares, com quem iniciou um relacionamento.
Em 1963, divorciou-se de Nair e assumiu com Elza um casamento que durou 16 anos e um filho. A união terminou devido a traições, brigas e o alcoolismo do astro.
Teve um filho com Iraci, uma ex-namorada, quando ainda era casado com Nair. E teve também um filho na Suécia, fruto de um relacionamento com uma sueca em uma das excursões do Botafogo na Europa.
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