PROFISSIONAL CONCILIA CARREIRA DE ATLETA COM A DE TREINADORA
Por Daniel Nápoli
Embora não seja algo inédito, Carolina Ribeiro, mais conhecida como Carol Ribeiro, vem se destacando no basquete feminino, conciliando as funções de atleta e treinadora.
Isso mesmo. Além de atuar na equipe adulta do São José Basketball, Carol, que completou 30 anos de idade, no dia 23 de julho, é técnica do time Sub15 joseense.
O Momento do Esporte conversou com Carol, que recorda a sua vitoriosa trajetória no esporte até aqui, além de falar sobre as expectativas não só para a carreira de jogadora, como também da mais nova função de treinadora, que já é vitoriosa.
Sua paixão pelo basquete teve início ainda na infância, em São José dos Campos, graças a seu irmão. “Eu tinha 8 anos e estudava no SESI, onde meu irmão também estudava e a gente praticava vários esportes. Na época o SESI oferecia tudo que é tipo de esporte e eu via que meu irmão gostava muito de basquete, era o esporte que ele mais praticava e daí comecei a me interessar também, a ver como o basquete era dinâmico, intenso e emocionante e eu me espelhava no meu irmão. A paixão começou graças a ele e por ter o esporte acessível dentro da escola”, revela.
Carol que se espelhou no irmão, teve o apoio incondicional da família. “Em casa a gente sempre teve apoio dos nossos pais. Meu pai jogava [basquete] no colégio, então ele sempre gostou muito do esporte e incentivou que a gente estivesse ali. Meus pais foram assistir a meus jogos até em Presidente Venceslau, que dá 12 horas da nossa cidade [São José dos Campos]. Sem dúvida nenhuma eu cresci sabendo que eu podia ser o que eu quisesse e nunca deixaram de me apoiar’”, orgulha-se a atleta.
Carol jogou por 13 anos na base de São José dos Campos, no período, conquistou diversos títulos como o Campeonato Paulista Sub 17, Sub19 e Sub21. Mesmo na base, chegou a disputar edições de Jogos Regionais e Abertos.
Também na base, foi campeã brasileira por 5 vezes pela Seleção Paulista e vestindo a camisa da Seleção Brasileira, disputou um Sul-Americano Sub17, uma Copa América Sub18, uma Copa do Mundo Sub19 e um Universíade Sub 21.
“Sem dúvida nenhuma a minha base foi onde consegui alcançar as maiores conquistas da minha carreira. Tudo isso aqui em São José, podendo vestir a camisa da Seleção Brasileira, ter passado por esse etapa foi sensacional. Fora outros títulos” recorda.
Carol, que estreou na equipe Adulta de São José, compondo elenco na LBF (Liga de Basquete Feminino) da temporada 2011/2012, vestiu ainda as camisas de Uninassau, Ituano Basquete, Santo André e Bax Catanduva, retornando ao clube joseense no início de 2024.
Porém foi em Catanduva que sua trajetória no basquete ganhou uma nova função. “Há um ano e meio tive uma cirurgia de LCA (Ligamento Cruzado Anterior) no joelho. Machuquei treinando e nesse tempo de recuperação, já estava me formando e na época estava em Catanduva e estava me recuperando lá e o Cesamar [Fernandes], o técnico de lá, me deu o maior apoio para que eu começasse e visse se era isso que eu gostava, se tinha dom para aquilo.”
“Enquanto estava me recuperando de uma lesão eu tive a oportunidade de começar a aprender mais, vivenciar mais esse fora quadra tirei meu CREF e agora em São José tive a oportunidade de assumir uma categoria, no Campeonato Paulista Sub15. Oficialmente eu sou técnica há 6 meses. Ano passado, em Catanduva tive a oportunidade de ser auxiliar técnica do Sub19 masculino e participar de jogos da base tanto do masculino quanto do feminino”, explica Carol.
A carreira de treinadora já começou bem. Até agora invicta no Campeonato Paulista Sub 15, Carol foi campeã à frente das meninas da mesma categoria, na Copa Centenário da Federação Paulista de Basketball, realizada ainda no primeiro semestre de 2024.
A atleta/treinadora fala sobre os desafios. “A maior dificuldade é conciliar por enquanto a rotina entre ser atleta e técnica. Mostrar pra elas [as comandadas], ensinar valores, ali no dia a dia você acaba até aprendendo mais do que ensinando muitas vezes. A maior dificuldade é conseguir ser o melhor possível para dar um exemplo a elas. Não só como técnica, porque elas também me vêem como jogadora. Conseguir dar o melhor de mim nos dois lugares para que elas consigam visualizar isso”.
Questionada se seguirá a carreira de atleta, Carol afirma. "Por enquanto sim. Eu acredito que ainda tenho algo como atleta para entregar. Enquanto houver esse sentimento e eu tiver condições de exercer essa função eu ainda quero seguir sim”.
Embora conciliar as funções seja cansativo devido a treinos, jogos e viagens em maior número, Carol destaca que “é muito prazeroso. Chegar lá na quadra dar treino pras meninas ver toda a motivação, a dedicação delas, faz tudo valer a pena. Parece que o cansaço some. Você vê que elas estão ali por você, então faz com que eu queira mais ainda estar ali por elas, então vale a pena toda a correria. Tem sido muito gratificante fazer as duas funções”.Sobre suas expectativas para as carreiras, Carol comenta. “Por ora conseguir dar o melhor de mim como atleta e poder fazer algo que eu amo com a maior intensidade que eu puder e ganhando ainda mais experiência, aprendendo mais, estudando mais basquete, poder vivenciar outros times, ver outros técnicos, porque mesmo jogando você consegue perceber como cada técnico age. Acredito que a maior expectativa é ganhar o máximo de experiência possível para me tornar uma grande treinadora e conquistar muitas coisas”.
Ao conclui o bate-papo, a atleta/treinadora fala sobre o que o basquete representa em sua vida. “Sempre representou tudo, mas hoje me dia eu posso literalmente falar isso. As minhas duas profissões são no meio do basquete. Me formei numa área que eu visava atuar no basquete. Eu vivo há 22 anos dentro do basquete. Ainda estar jogando e começando como técnica, que se Deus quiser vai durar muitos anos, significa tudo na minha vida e é gratificante demais ter vivido esse lado atleta e poder ter conquistado tudo o que conquistei de independência financeiramente, fazendo o que eu mais amo”, conclui.Fotos:
Derek Fotografias/Divulgação
Parabéns.....
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