PROFISSIONAL FALA SOBRE EQUILÍBRIO EMOCIONAL E PRESSÃO DE ATLETAS DURANTE OS JOGOS OLÍMPICOS
Por Daniel
Nápoli
Constantemente atletas de alto rendimento vivem sob pressão.
Como se fossem máquinas são cobrados cada vez mais por resultados, independente
das circunstâncias em que se encontram.
Em eventos como os Jogos Olímpicos, a pressão aumenta
ainda mais. Pensando nisso, o MOMENTO do ESPORTE conversou com o psicólogo Raphael Zaremba.
Formado em
Psicologia em 1998, ele começou a atuar com Psicologia do Esporte ainda durante
a graduação, em 1996, concluindo o Mestrado em Psicologia em 2001 e o Doutorado
em 2014 e à reportagem ele comenta. “Eu acredito que para poder alcançar o seu
melhor desempenho, um(a) atleta precisa desenvolver quatro competências: a
física, a técnica, a tática e a emocional”.
“Acho que ninguém questiona a importância das três
primeiras, mas, infelizmente, ainda não se dá o mesmo valor ao componente
psicológico da preparação de um(a) atleta”, destaca Zaremba.
O psicólogo, que já foi jogador de basquete e atualmente
é treinador da modalidade, estando à frente da equipe feminina da Sodiê
Mesquita Basquete, reforça. “A questão é que, assim como ele(a) não terá o seu
melhor desempenho se estiver mal preparado(a) física, técnica ou taticamente,
ele(a) também não vai alcançar a sua melhor performance se estiver mal
preparado(a) psicologicamente. Por isso eu acredito que a preparação psicológica é uma parte fundamental do treinamento de qualquer atleta”.
Questionado sobre os principais desafios para se manter o equilíbrio emocional em competições como os Jogos Olímpicos, Raphael convida a um exercício. “Imagina você dedicar a sua vida inteira a alcançar um objetivo e o momento finalmente chegar. Agora acrescente a isso o fato de você estar representando seu país. Acrescente o fato de ser o principal evento esportivo do mundo para a maior parte das modalidades. Acrescente o fato de que ele é assistido e acompanhado por bilhões de pessoas ao redor do mundo. Acredito que nem fazendo esse exercício seja possível vislumbrar o que as Olimpíadas representam para os(as) atletas que lá estão”.
“A pressão dos Jogos é absurda – não apenas a que vem de
fora para dentro, mas talvez ainda mais a que vem de dentro para fora – os(as)
atletas estão completamente expostos(as) e, independente de qualquer coisa,
precisam performar e dar resultado. Afinal, é isso que se espera e se cobra
deles(as). Agora, me diz como um(a) atleta que não foi bem preparado(a) psicologicamente
pode dar conta disso tudo?”, pergunta o profissional.
Raphael reforça. “Se você é um(a) atleta e quer não só
melhorar os seus resultados, mas também, e principalmente, a sua qualidade de vida,
lembre-se da importância de valorizar e cuidar da sua saúde mental. Existem
excelentes psicólogos(as) especializados(as) em Psicologia do Esporte, prontos(as)
para te ajudar a alcançar todos os seus objetivos”, conclui.
Foto: Arquivo pessoal
No documentário sobre a Simone Biles ela fala sobre o motivo de ter abandonado os jogos de Tóquio e aí se vê , claramente , a necessidade do atleta ter o apoio psicológico .
ResponderExcluirComentário acima está absolutamente correto. Esse tipo de profissional precisa ser muito valorizado. Seria legal se o(a) amigo(a) que comentou tivesse se identificado.
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