COPA DO MUNDO DE 1950
Por Daniel Nápoli
Com o fim dos anos 1930, veio a Segunda Guerra Mundial.
Durante este período, os confrontos entre países não foram esportivos e as
artilharias não foram de gols. A triste página da história da humanidade, que
se compreendeu entre os anos de 1939 e 1945, espalhou medo, dor e causou a
morte de milhões de pessoas.
A FIFA, vendo a situação na qual o mundo atravessava, não
viu outra alternativa a não ser adiar a disputada da quarta Copa do Mundo da
história. A edição que deveria ocorrer naturalmente no ano de 1942, só foi
disputada em 1950, oito anos mais tarde.
Após o fim da Segunda Guerra, a Europa, principalmente,
passava por um período de reconstrução, sendo assim, o Brasil sem menores
dificuldades foi o escolhido como país sede do torneio que seria retomado.
Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Porto
Alegre e Recife foram as cidades escolhidas para abrigarem os jogos daquele
mundial. Entre os estádios que abrigariam a Copa, o Maracanã, localizado na
então Capital Federal, Rio de Janeiro, era o mais badalado de todos. Construído
para o Mundial-1950, o estádio era então o maior do mundo.
Ao todo, 16 equipes estavam previstas para participar da
Copa do Mundo no Brasil. Além do país sede, Itália (então bicampeã do mundo),
Uruguai, Chile, Paraguai, Bolívia, EUA, México, Suécia, Suíça, Espanha,
Iugoslávia, Inglaterra, Turquia e Índia. Destes, três (Escócio, Turquia e
Índia) desistiram próximo à competição de disputá-la, com isso, apenas 13
seleções lutaram pela Jules Rimet.
Tragédia
Por pouco o número de participantes ao cai para 12. A
Itália, vencedora dos dois mundiais anteriores, quase não viaja para o Brasil,
pois ainda se recuperava de grandes tragédias. Não bastasse o caos causado pela
guerra, o país ainda tentando se erguer sofreu um novo golpe. No ano de 1949, a
base da seleção italiana foi dizimada, após o avião que a equipe do Torino,
então tetracampeão italiano, colidir com a torre da Basílica de Superga, na
cidade de Turim. Além dos jogadores, a comissão técnica e toda a tripulação
morreram no desastre. Apesar do ocorrido, a Itália acabou viajando para o
Mundial, mas de navio, temendo uma nova tragédia aérea.
Primeira fase
Em meio a um mundo em reconstrução, teve início a Copa. Na
primeira fase, as seleções foram divididas em dois grupos de quatro (Grupo 1 –
Brasil, Iugoslávia, México e Suíça; Grupo 2 – Inglaterra, Espanha, EUA e Chile)
um grupo de três (Grupo 3 – Itália, Suécia e Paraguai) e outro grupo com apenas
dois países (Uruguai e Bolívia).
Pelo regulamento, apenas o primeiro colocado de cada grupo
avançava para a disputa do quadrangular final. Brasil, Espanha, Suécia e
Uruguai avançaram sem menores problemas para a fase decisiva.
Quadrangular final

Grande favorito ao título, o Brasil abriu o quadrangular
atropelando a Suécia por sonoros 7x1, levando ao delírio os quase 140 mil
torcedores que foram ao Maracanã. Fechando a primeira rodada, Espanha x Uruguai
ficaram em um emocionante empate por 2x2, deixando os donos da casa na
liderança.
Na segunda rodada o Brasil deu novo show no Maracanã. Dessa
vez, os comandados de Flávio Costa golearam a Espanha por 6x1. No decorrer da
partida, a torcida brasileira cantou o clássico “Touradas de Madrid” para
provocar o frágil time espanhol. No outro jogo da rodada, os uruguaios tiveram
trabalho, mas venceram os suecos por 3x2. Com o Brasil obtendo 4 pontos (na
época a vitória valia 2 pontos) e o Uruguai tendo três, bastava um empate no
clássico sul-americano para que a seleção da casa levasse o caneco.
O fatídico 16 de julho
E chegou o ao aguardado dia. 16 de julho de 1950, a festa já
estava armada. Nada poderia dar errado. Considerado favorito, jogando um bom
futebol durante todo o torneio e contando com aproximadamente 200 mil pessoas a
seu favor no Maracanã, O Brasil não poderia perder o título. Ainda mais depois
de abrir o placar com Friaça aos 2 minutos do segundo tempo.
Todo o país comemorava de forma antecipada a conquista de
seu primeiro mundial quando Schiaffino empatou aos 21 minutos da segunda etapa.
Apesar do gol sofrido, os brasileiros mantinham a confiança, afinal, o empate
ainda lhes dava a taça.

Era a surpreendente vitória Uruguai, era o bicampeonato da
Celeste, era o choro de todo um Brasil, era o Maracanazzo.
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