Por Daniel Nápoli
Uma carreira vitoriosa no basquete. Assim podemos resumir a trajetória
de Simone Pontello nas quadras. Campeã mundial pelo Brasil em 1994, além de
medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1991, a ex-pivô fala ao Momento do
Esporte sobre sua atuação no esporte.
Para a ex-atleta, mais conhecida como Sí, o basquete surgiu em sua vida
ainda na infância, aos 10 anos de idade. “Fazendo Educação Física no colégio
aonde estudava em Americana (cidade Natal), interior de São Paulo. Como a
Educação Física na época dos anos 70, 80, 90 era matéria entre outras
fortes nos colégios, eu aproveitei para aprender e competir por várias
modalidades, mas o que me cativou mesmo foi o basquete e ali comecei a amar
esta modalidade que me deu bastante retorno e fascinação”, comenta.
Clubes
Simone (camisa 8), prossegue. “A minha carreira é longa, com 23 anos bem vividos no
basquete de São Paulo e nacional. Comecei em Americana em um Joguinhos Abertos
do Interior em 1984, aos 12 anos e nestes Joguinhos, o Norberto (Borracha)
treinador do time Divino Salvador de Jundiaí, me viu jogando e ao final da
competição me chamou para jogar na época o Mirim Federado, que agora seria o
Sub-12 e aí comecei a minha saga no basquete feminino paulista”.
Na equipe do Colégio Divino Salvador, na cidade de Jundiaí, Sí atuou nas
categorias de base, já participando do time adulto com 14 anos de idade,
permanecendo ali até 1987, ano em que migrou para Sorocaba, município em que
atuou pelo Minercal (1987-1991), Sorocaba/Constecca Sedox (1991-1992 - foto ao lado - 4ª da esq.p/dir.) e
Sorocaba/Leite Moça (1992-1993).
Em Sorocaba, a ex-pivô faturou o Mundial Interclubes (1991), a Taça Brasil
(1987, 1991-1992 e 1992) e o Paulista (1987, 1988, 1989, 1990 e 1991).
Depois de sair do Sorocaba/Leite Moça, Simone vestiu a camisa do Santo
André/LACTA, atuando ali entre 1993 e 1995, conquistando um Campeonato Paulista
(1995). Após, a ex-pivô passou por Bauru (1995-1996), São José do Rio Preto (1996-1997).Em 1997, retornou para Santo André, ficando até 1998.
No mesmo ano, Simone se transferiu para o Ourinhos, equipe em que
permaneceu até 2000, faturando o Campeonato Paulista, partindo para São Caetano
do Sul (2000-2002). Depois, passou por Garulhos (2002-2004) e Piracicaba
(2005-2007), encerrando a carreira vitoriosa.
Seleção Brasileira
Vestindo a camisa do Brasil, Simone conquistou títulos importantes e
disputou grandes competições. Defendendo a Seleção Brasileira Adulta entre 1987
e 1994, a ex-pivô venceu a Copa do Mundo (1994), foi medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos
de Havana (1991) e a Copa América (1989). Além disso, foi prata no Pan de
Indianápolis (1987).
A ex-atleta fala sobre o relacionamento com as companheiras de seleção. “Sempre
fui de grupo, sempre conversando com elas para que tudo saísse bem para nossa
equipe, para nossa Seleção Brasileira. Sempre fomos amigas e sempre convivendo
bem com todas elas no dia a dia, dentro e fora das quadras”.
Em meio a tantas conquistas, Simome relembra a realização do sonho de
disputar os Jogos Olímpicos. “Disputar uma Olimpíada é o sonho de todos os
atletas, sem exceção e eu não fugi disto, pois eu participei da primeira
Olimpíada do basquete feminino (do Brasil) que foi disputada em Barcelona-1992.
Foi extraordinário mesmo a equipe não tendo ido bem em quadra, mas sabíamos que
iria ser difícil nossa participação, porque era nossa primeira (Olimpíada) e
estávamos as portas para novas participações que viriam pela frente em outras
Olimpíadas e/ou até hoje. Foi incrível”, recorda.
Ainda recordando a passagem pela seleção, a ex-atleta comenta sobre o
ouro pan-americano. “Foi a partir dali que o grupo se uniu para disputar todos
o os campeonatos que viria a disputar. União e amizade acima de tudo e de
todos. O Mundial da Austrália-1994 foi o campeonato mais importante de todas
nós. Só tenho falar que a emoção foi forte e bate forte até hoje. Abrimos
oportunidades para todas as atletas que
viriam depois, levando o nome do Brasil com muito orgulho para o mundo todo. O
Mundial de 1994 foi espetacular e importante para nossa modalidade ser vista
mundialmente como uma potência”.
Saída das quadras
Após a aposentadoria como
atleta, em 2007, Simone se dedicou a um outro projeto. “Quando parei de jogar
não tive muito tempo de ficar com expectativas e sim a única coisa que eu
queria era fazer uma faculdade. Meu projeto era e é ter uma vida digna e com
muita simplicidade para viver bem e com muita saúde”, comenta a campeã mundial
que é formada em Administração de Empresas e atualmente atua no Sindicato dos
Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (SIEEESP).
Seleção Brasileira
atual
Questionada sobre a atual fase da Seleção Brasileira Feminina Adulta,
Simone comenta o trabalho do técnico José Neto. “Realmente nossa seleção agora
voltou a passar confiança e estamos vendo que o Neto está fortalecendo o grupo
todo. Ele está dando oportunidade para todas jogarem e ele sabe que isto faz
parte do basquete atual, o grupo está unido e sabe realmente o que almeja,
primeiro classificar e depois disputar as Olimpíadas”.
Depois de defender as cores do Brasil em quadra, Simone fala do lado
torcedora, fora dela. “Eu só tenho que torcer para a nossa seleção classificar
para as Olimpíadas e como torcedora sei que tudo vai ser da melhor forma
possível. O Neto já deu uma outra visão para nossa seleção. Desejo a nossa
seleção toda sorte do mundo e estou na torcida e confiante nesta classificação”.
Encerramento
Ao ser perguntada sobre o que o basquete representa em sua vida, Simone
diz. “Representa minha vinda inteira, corre no sangue e não tenho como fugir
desta modalidade, tudo que vou fazer me lembro do basquete ou pessoas lembram
para mim com a certeza com o que represento para o basquete e ele representa
para mim. É minha vida”.
Antes de concluir, Sí deixa uma mensagem para o fã de basquete. “Continuem
torcendo para o nosos basquete feminino. Nós precisamos de vocês fãs para que
esta modalidade continue dando alegrias não só na Seleção Brasileira e sim em
clubes também. Torçam e confiem em nossas meninas. Beijos e Deus abençoe a
todos”.
Fotos- Arquivo Simone Pontello/
Divulgação-CBB/Gazeta Esportiva
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