TRABALHO
DE PSICOLOGIA FOI UM DOS PILARES DA CAMPANHA DO ITUANO BASQUETE, FINALISTA DO
ESTADUAL
Por Daniel Nápoli
Para
chegar até a final do Campeonato Paulista de 2019, o Ituano Basquete não contou
com um trabalho bem sucedido só dentro de quadra, mas também fora dela. Para
que uma atleta possa render tudo o que pode, além de estar bem fisicamente é
necessário que esteja também psicologicamente bem.
É
neste momento, que entra a psicóloga Cybele Micai. Há quase 20 anos na profissão,
ela que atua como psicóloga clínica, desempenha um trabalho voluntário no
Ituano Basquete desde julho do ano passado.
Ao
MOMENTO do ESPORTE, Cybele explica como surgiu o contato. “Por estar sempre
assistindo, acompanhando o time com a família, eu comecei a ir aos jogos e elas
treinavam na Associação [Atlética Ituana] ainda, era o horário do treino de futebol do meu filho (João
Pedro) e comecei a assistir aos treinos das meninas e via nelas uma desenvoltura nos
treinos e chegava no jogo e desestruturava.
Um dia eu comentei com o Augusto [Cruzolini], preparador físico dizendo que
sentia a falta de psicologia nelas, estava
faltando um entrosamento”.
Micai,
prossegue: “me propus estar com elas e o Augusto falou com o Barbosa [Antonio
Carlos, treinador], ele aceitou e comecei em julho do ano passado. A ideia é
que elas tinham que chegar nos playoffs. Conseguimos, e ficaram em terceiro no Paulista, após
derrota para o Santo André”.
A
psicóloga, que promove trabalhos quinzenais com as atletas, comenta a evolução
do grupo. “No começo do ano a gente fez uma psicometria, uma avaliação com
perfil de desempenho de cada uma e em cima disso a gente vem trabalhando muito
o senso de equipe, porque a grande dificuldade do time no ano passado era essa
falta de junção. Hoje elas estão muito mais unidas, com um senso de equipe
muito mais forte, o resultado está aí, um time muito entrosado, a ‘Chuca’ [Patrícia] e a Luana foram para a China (representar a Seleção Brasileira nos Jogos
Mundiais Militares), voltaram, veio a
Rapha e a Tati (contratadas para a disputa do Campeonato Paulista) e o encaixe
permaneceu. Elas estão muito mais unidas, muito mais blindadas”.
Cybele,
segue explicando. “Costumo usar muito esse termo blindado, pois a gente tem que
se blindar para evitar que o outro sugue a nossa energia boa, para que não tire
o entrosamento e aí a gente vem fazendo esse acompanhamento. Em alguns momentos
antes dos jogos dou uma aquecida psicológica com elas no vestiário. Elas estão
muito mais motivadas, por elas mesmo. Acho que criou-se uma energia de grupo
muito boa”.
Assim
como em todas as áreas profissionais, as atletas tem uma vida fora do trabalho e com ela,
acontecimentos bons e ruins. Neste sentido, a psicóloga comenta um pouco de seu
papel. “Eu sempre costumo dizer a elas que a partir da hora que entra em quadra, a vida
pessoal fica lá fora, vai vir cada integrante para ser uma só força e isso tem
evoluído muito. Elas estão num ritmo mais leve, menos tenso, mas unidas, elas
fazem uma leitura melhor uma das outras, melhor troca de passes e isso tem sido
muito visível”.
Nesta
sexta-feira (13), às 19h, no Ginásio da Ponte Preta, em Campinas, Vera Cruz
Campinas x Ituano Basquete começam a decidir o Paulista e Cybele fala como trabalhar a ansiedade. “Uma final é sempre uma final. A vontade de vencer é
imensa, como também o time adversário vai vir com a mesma vontade. Mas as meninas estão
mais serenas, existe uma preocupação, uma ansiedade, lógico, é natural, uma
final de campeonato. Mas é um time que vem numa crescente muito grande. A equipe teve pequenos deslizes, mas vem numa crescente. Agora não tem favorito,
mas elas estão mais tranquilas, em uma ansiedade menor, a ansiedade é boa nesse
momento porque gera a competição, então você vai com mais gana, vontade para o
ataque, mas ao mesmo tempo isso tem sido mais leve, mais tranquilo. Elas estão
motivadas, querem o título”, encerrou.
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