Por
Daniel Nápoli/Moura Nápoli
Com um currículo invejável, a ala Palmira Marçal, do
Ituano Basquete, treina para disputar sua 10ª edição de LBF (Liga de Basquete
Feminino), competição que conquistou em três oportunidades (2012/2013, 2014/2015 e 2015/2016 ).
Sempre focada em seus objetivos, a atleta pode alcançar
em 2020, duas marcas históricas: os 2 mil pontos na história da LBF, além do
milésimo ponto com a camisa do Ituano Basquete.
Ao MOMENTO do ESPORTE, Palmira fala sobre as marcas. “Eu
vejo como muito trabalho. Trabalho de superação, como resiliência, força de
vontade. Teve um período que quase não participei da LBF no ano passado por
conta de uma lesão séria, mas graças a Deus tive bons profissionais que me
ajudaram e consegui até me recuperar em quase dois meses. Quando a gente fala
de marcas, a gente fala de tudo o que a gente já passou, tanto de tempo que a
gente está lutando, jogando, eu vejo como uma premiação".
Ainda sobre as marcas, a ala aproveita para exaltar o
trabalho conjunto. “Tenho que exaltar meu time, sem as minhas companheiras não
conseguiria chegar a essas marcas. É trabalho em equipe, treinos fora de hora,
tentar se reinventar conforme os anos vão passando, porque a idade chega pra
todo mundo”, diz.
LBF
Sobre a competição nacional deste ano, Palmira comenta
sobre o elenco atual e a expectativa.
“Quanto as mudanças, vieram reforços bons (armadora Alana Gonçalo, a ala/pivô
Mari Dias e a pivô Fabi Caetano), agora é questão de treinar, fazer uma
preparação intensa para a gente começar a Liga, que será difícil, mas não tem
nada impossível. Espero que esse ano a gente possa brigar para ficar pelo menos
entre as quatro melhores equipes do Brasil”.
Seleção
Vestindo a camisa do Brasil, Palmira conquistou diversos
títulos e participou de importantes competições. Ouro no Campeonato Sul-Americano (2006, 2010 e
2016), prata nos Jogos Pan-Americanos do Rio-2007 e bronze no Pan de
Guadalajara-2011, a ala disputou ainda a Copa do Mundo (2010) e as Olimpíadas
do Rio-2016.
A atleta recorda o período. “Fui para a seleção muito
cedo. Passei por muitos técnicos diferentes. Cada um com um aprendizado
diferente, um conceito de treinamento e a gente se adaptava. Seja Bassul [Paulo], Ênio [Vecchi], Barbosa [Antonio Carlos], o Colinas [Carlos] que também
tive o prazer de estar”.
Sobre o atual momento da Seleção Brasileira, a ala
comenta. “E falando agora, um momento super bom para o Brasil. Voltou aquela
gana. Elas estão numa crescente, o modo de jogo evoluiu. A gente tem que
enaltecer o momento agora, mas também não podemos deixar de enaltecer o que
passou, outros momentos de glória, mas temos que procurar nos reinventar. As
meninas estão super empenhadas. Elas tem total capacidade de classificar.
Totalmente diferente de 2012, onde era mais difícil e a gente conseguiu. É continuar
treinando forte e acreditar no técnico Neto.”
Ao falar em luta por uma vaga em Jogos Olímpicos, Palmira
recorda as Olimpíadas do Rio-2016, até o momento, sua última competição
vestindo a camisa do Brasil . “Terminamos numa colocação bem ruim pelo tempo de
treinamento que tivemos, de quase quatro meses e acabou que não surtiu o efeito
que a gente esperava. A gente esperava um lugar melhor e acabou não dando
certo. A gente torce para essa geração que está aqui agora, que possa continuar
o legado”, espera.
Questionada se ainda possui expectativa em retornar à
Seleção Brasileira, Palmira não titubeia. “A gente nunca pode falar que não tem
expectativas. A gente deixa a porta aberta, mas depende muito do que a gente
faz, do técnico que está lá, do que ele quer, do que já tem ou precisa. Se for
convocada eu vou com todo o prazer. Quem, em qualquer idade, não quer ser
convocada, vai dizer não para a seleção? É gratificante, é parte de um
reconhecimento, independente da idade que eu me encontre ou qualquer outra
menina com idade mais avançada até, de 40 anos. A gente faz o nosso trabalho e
deixa nas mãos de Deus e de quem estiver olhando”, conclui.
Fotos – Juca Ferreira/Nathane Agostini/Getty Images South
America
Nenhum comentário:
Postar um comentário