ATLETA COMENTOU AINDA SOBRE A EXPECTATIVA PARA A TEMPORADA 2021/2022 E SEQUÊNCIA DA CARREIRA
Por
Daniel Nápoli
No dia 8 deste mês, a atleta Carol Gattaz, da Seleção Brasileira
de Vôlei Feminino, entrou para a história ao tornar-se aos 40 anos de idade, a
atleta brasileira mais experiente a ganhar uma medalha em Jogos Olímpicos.
Medalhista de prata em Tóquio-2020, Carol fala ao Momento
do Esporte sobre a atuação na competição, expectativa para a temporada
2021/2022 pelo Minas e seu futuro na Seleção Brasileira.
Sobre a participação nos Jogos Olímpicos, a central comentou
que “realmente foi muito boa, infelizmente a gente perdeu a final, mas a
campanha foi maravilhosa em todos os sentidos.”
O Brasil, antes do início das Olimpíadas, era tido como um
dos favoritos, mas abaixo da China, Estados Unidos, Itália e Sérvia. Porém,
durante a competição, a Seleção Brasileira mostrou sua força, faturando uma
medalha, perdendo apenas para as norte-americanas.
Questionada a respeito de como o grupo trabalhou a cabeça
neste sentido, Carol comenta, que embora o Brasil tenha sido colocado como a “quinta
força”, “a gente sabia que como grupo a gente poderia surpreender e foi o que
aconteceu, nosso grupo superou as adversidades e no meio da competição a gente
não parou para pensar nisso, a gente só parou para pensar que poderia e queria
mais.”
Enquanto muitas atletas aos 40 anos de idade já se aposentaram
ou deixaram de representar suas seleções, Carol faz o caminho contrário. Disputou
em Tóquio a sua primeira Olimpíada, vivendo seu auge em uma carreira vitoriosa.
Para isso, Carol teve uma grande preparação. Porém, se
engana quem acredita que a preparação foi iniciada meses antes da competição. “Eu
me preparei muito para esse momento, talvez agora mais do que nunca, quando ‘baixa
um pouco a poeira’ eu consigo enxergar, mas realmente eu me preparei muito para
chegar onde cheguei e conquistar essa medalha, muitos anos de trabalho, então
eu fico muito feliz pelo reconhecimento de um trabalho de uma vida inteira
praticamente. Está sendo muito bacana, muito gratificante.”
Sobre a marca histórica de ser a atleta brasileira mais
experiente a faturar uma medalha, Carol revela que ficou sabendo do feito, logo
após ganhar a prata. “Não sabia que quem tinha sido a mulher mais velha a ganhar
uma medalha, era a Fofão (38 anos em Pequim-2008) e eu fiquei muito feliz, acho
que a cada ano a gente quebrar barreiras eu acho que é bem bacana, a gente vê
que as coisas estão modernizando e isso é sempre muito bom.”
Para chegar até a prata, o Brasil passou por dois momentos
de tensão. O primeiro, foi a lesão da levantadora Macris (ainda na fase de
grupos) e o desligamento da oposta Tandara (preventivamente, por suspeita de
doping), às vésperas da semifinal.
Questionada como foi o trabalho de blindagem e superação,
Carol desta que “a gente estava muito bem preparada e eu falo que quando um
grupo está na cabeça com um mesmo objetivo, claro que as adversidades acontecem
em todas as seleções, é difícil atrapalhar
o rumo de onde a gente quer ir, então é claro que tivemos esses
problemas que foram bastante preocupantes, mas a gente conseguiu com a nossa
força, com a nossa vontade, nosso foco e objetivo que isso se tornasse menos
danoso possível para o grupo. “
Após os Jogos Olímpicos, as atletas Fernanda Garay e Camila
Brait, anunciaram a aposentadoria da Seleção Brasileira. Com a saída de dois
grandes nomes, foi inevitável perguntar a Carol sobre seu futuro defendendo o Brasil.
“As duas se aposentaram, já tinham isso na cabeça, eu
gostaria muito de continuar, é claro. Eu adoro defender a Seleção Brasileira,
mas tudo é um processo. E esse processo até lá para muitas pode ser pouco
tempo, mas para mim não sei como vai ser até por causa da minha idade. Eu estou
super bem hoje, mas não sei daqui a um ano, daqui a dois, daqui a três, então
eu vou continuar me cuidando, continuar treinando, vou continuar batalhando e
se puder ajudar em alguma coisa, se eu ver que não vou atrapalhar, quem sabe.
Tudo a Deus pertence.”
A boa notícia a respeito do futuro de Gattaz na Seleção Brasileira
é que a atleta foi convocada para a disputa do Sul-Americano que acontece de 15
a 19 de setembro, na Colômbia. Ou seja, a central segue firme nos planos do
técnico José Roberto Guimarães.
Já treinando para a competição continental, Carol também se
prepara visando a temporada 2021/2022 pelo Minas. É sempre desafiadora a próxima
temporada, começa tudo de novo. Graças a Deus a gente continuou com a mesma base,
só a Megan (Easy) que saiu, então é claro que quando uma peça muda, muda a cara
do time, mas eu acredito que o Minas vem pra brigar pelos campeonatos e é isso
que a gente quer, tentar conquistar todos os títulos novamente.”
Ao encerrar a entrevista, Carol aproveita para agradecer “todo
o carinho. Foi incrível a energia de todos os fãs, de todas as pessoas que torceram
pela gente, estou recebendo esse carinho ainda nas ruas, é impressionante como
essa nossa conquista impactou. E eu queria sempre deixar para as pessoas, que é
uma frase clichê, mas que é muito real, não desista dos seus sonhos.”
Fotos- Gaspar Nóbrega-COB/Reprodução - Instagram
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