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ROSAMARIA MONTIBELLER COMENTA SOBRE A PRATA NOS JOGOS OLÍMPICOS DE TÓQUIO-2020

AO MOMENTO DO ESPORTE, UM DOS DESTAQUES DO VÔLEI FEMININO BRASILEIRO FALA AINDA SOBRE EXPECTATIVA PARA A TEMPORADA 2021/2022

 


Por Daniel Nápoli

Um dos destaques do vôlei brasileiro e mundial nos últimos anos, Rosamaria Montibeller, que atua tanta como oposta, como ponteira, foi um dos principais nomes do Brasil, na campanha que rendeu ao país a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

Ao Momento do Esporte, a atleta de 27 anos, que disputou a sua primeira edição dos Jogos Olímpicos, comentou a respeito de sua participação na competição, além de falar sobre a sua expectativa para a temporada 2021/2022.

A Seleção Brasileira, embora tenha ficado com o vice-campeonato da Liga das Nações e apesar de contar com um excelente grupo, era colocada pelos especialistas, como uma das favoritas a medalha, mas abaixo de China (a grande favorita), Estados Unidos, Itália e Sérvia.

Na Liga das Nações, enquanto Brasil e Estados Unidos utilizaram força máxima, as demais favoritas levaram times alternativos, enquanto seus respectivos grupos principais treinavam em separado para os Jogos Olímpicos.

Porém no decorrer das Olimpíadas, a grande favorita China ficou ainda na fase de grupos, enquanto a Itália caiu nas quartas de final. O bronze ficou com a Sérvia e ouro com os Estados Unidos.


Questionada sobre como foi assimilar o fato de estar entre as favoritas, mas abaixo e quatro outras seleções, durante a disputa de sua primeira Olimpíada, Rosamaria comentou. “A gente já sabia que o Brasil não era favorito, mas também sabíamos que o trabalho em equipe sempre fez diferença e que, mais uma vez, a gente não podia depender só de uma pessoa. A gente tinha de trabalhar em grupo e foi o que fizemos para chegar nessa final. O Brasil mostrou uma força coletiva muito grande e acho que assimilar tudo isso não foi difícil. Sabia das dificuldades, mas sempre acreditei que a gente podia ter um bom resultado com muito foco e bastante trabalho”.

A atleta aproveita para avaliar sua trajetória na competição. “O meu desempenho foi bom. Tinha feito um bom trabalho na Liga das Nações também para tentar me preparar para as Olimpíadas, e fiquei feliz por ter entrado bem em todos os momentos em que fui solicitada, tanto pontuando, quanto com energia. Acho que, muitas vezes, isso faz a diferença, e fez. Na final, contra os Estados Unidos, o time todo não conseguiu desempenhar o melhor voleibol, mas acho que isso não apaga e nem mancha a nossa trajetória nessas Olimpíadas. A gente sabe que, mentalmente, é uma competição bem diferente. Mas, mostramos estar bem preparadas para isso”.

O talento de Rosamaria sempre foi indiscutível, porém sua atuação diante do Comitê Olímpico Russo, pelas quartas de final dos Jogos Olímpicos, deu a impressão de que o Brasil havia “descoberto” a atleta.


Sobre a “chuva de memes” e o carinho da torcida que ela passou a receber após a atuação, Rosamaria comentou. “Ri demais dos memes. Ainda não consegui ver tudo, mas, de vez em quando, vejo um novo e dou muita risada. Sempre recebia muito carinho, mas fiquei muito feliz com  o crescimento do carinho que tenho recebido. É claro que a visibilidade das Olimpíadas é totalmente diferente. Adorei e fico feliz por ter correspondido às expectativas e com esse reconhecimento. Fico feliz por ter entrado bem e ter ajudado o Brasil nessa vitória. Agora é trabalhar mais duro ainda para a galera continuar acompanhando, vibrando. Acho que as coisas não acontecem por acaso. Não caí de paraquedas aqui. Trabalhei muito para isso.”

A atuação segura não só diante do Comitê Olímpico Russo, mas também na semifinal diante da Coreia do Sul, deu a impressão de que Rosamaria não estava em sua primeira Olimpíada, tendo chamado a responsabilidade como uma veterana.

Sobre sua preparação visando este momento, a atleta natural de Nova Trento/SC, destaca que “para a Olimpíada a preparação não é feita em um mês, uma semana ou um dia. Tentei me preparar mentalmente muito tempo antes e fisicamente, claro, para que, no momento necessário, as coisas acontecessem com naturalidade. Tentei só reproduzir o que eu vinha treinando e me preparando o tempo inteiro. A Olimpíada tem o fator psicológico, mas é voleibol, né? A regra é a mesma. Então eu tentava pensar nisso: vamos lá, a gente pode fazer, a gente se preparou para estar aqui. Na minha cabeça era assim que eu pensava, que a gente era capaz e que só precisávamos querer muito. Acho que muitas vezes, nesse tipo de momento crucial e determinante, é preciso querer muito vencer, e eu sabia que a gente tinha condições”.

Durante a trajetória nos Jogos Olímpicos, a Seleção Brasileira passou por dois momentos difíceis: a lesão no tornozelo da levantadora Macris – ainda na fase de grupos – e o corte de Tandara – às vésperas da semifinal, suspensa preventivamente suspeita de doping . E apesar disso, o grupo demonstrou bastante união em meios as adversidades.

Sobre a rotina em Tóquio e o trabalho de “blindagem” realizado para que os fatos acima não afetassem as demais atletas, Rosamaria explica. “A gente vinha trabalhando nessa blindagem desde sempre para não deixar os comentários negativos, que nos desestimulavam, atingir o grupo. Por isso a gente conseguiu essa medalha de prata. Todas nós trabalhamos duro para suprir alguma ausência, se houvesse necessidade. O grupo se preparou bem para dar força para quem tivesse que entrar. O tempo inteiro foi assim. Então, sem elas, a gente não estava despreparada. A gente sabia que tinha treinado para suprir qualquer mudança e, claro que, mentalmente, a gente continuou focada no objetivo maior que era chegar ao pódio. Foi difícil, claro, mas tínhamos isso em mente desde o início.”


Além do talento indiscutível, Rosamaria ficou marcada também como a musa do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Sobre como recebeu isso, a atleta comenta que “esse título vem de brinde, mas em primeiro lugar é o voleibol. Fico feliz por ter sido reconhecida pelo meu trabalho, que é o que fui fazer lá. Mas ainda bem que tive o reconhecimento pelos dois”.

Agora medalhista olímpica, Rosamaria se prepara para um novo desafio. Ex-atleta do Casalmaggiore, a oposta/ponteira, seguirá atuando no voleibol italiano na temporada 2021/2022, mas no Novara.

Ao Momento do Esporte, ela fala sobre o que espera. “A expectativa é muito boa. A gente montou um time muito forte e acredito que vamos brigar por títulos se fizermos um bom trabalho. Assim como na Olimpíada, e em todos os campeonatos, tudo pode acontecer e a gente tem que decidir dentro de campo. No papel não decide nada. A gente tem que buscar uma boa química como time porque jogadoras boas a equipe tem. Acredito que venho de uma crescente nessas temporadas na Itália, e a Olimpíada veio para coroar isso, mostrar o quanto eu consegui crescer lá fora, e espero que esse crescimento continue agora, na equipe do Novara. Um dos meus objetivos é poder jogar uma Champions League também e chegou a hora. Acho que 2021 é um ano muito especial para mim. Espero conseguir realizar muitas coisas”.


Ao encerrar, Rosamaria aproveita para deixar uma mensagem aos fãs. “[Quero] agradecer a todos que torceram pelo nosso vôlei. A gente conseguiu representar a luta do brasileiro. Acho que isso foi uma das coisas que o pessoal se identificou muito comigo. Essa explosão, botar pra fora, não querer deixar que ninguém tire o que é nosso porque a gente sabe que merece. Buscar até o final, com unhas e dentes. A gente tem que lutar mesmo pelo que a gente quer, pelos nossos sonhos. Quero pedir para que todos continuem dando apoio, não só na Olimpíada. Tem muita gente que sofre com a falta de patrocínio, não só no vôlei. Então quero pedir para que a galera continue apoiando, divulgando, seguindo os atletas nas redes sociais, porque isso dá uma visibilidade importante. E hoje em dia essa é uma maneira legal de ficar em contato com os fãs e patrocinadores. Fica então esse apelo para que a galera continue incentivando todos os atletas do Brasil”, conclui.

 Com a colaboração de Georgia Infante, assessora de imprensa de Rosamaria Montibeller.

 

Fotos – Gaspar Nóbrega/COB/ Valentyn Ogirenko/Reprodução Instagram

 

 

Moura Nápoli

Moura Nápoli

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