PRESTES A INICIAR MAIS UMA PARTICIPAÇÃO NA LBF, ÁRBITRA COMENTA AINDA SOBRE PANDEMIA E ANALISA A MULHER NA ARBITRAGEM
Por
Daniel Nápoli
Amor ao esporte e muito competência em seu trabalho,
assim podemos apresentar Ana Carolina de Andrade Galvão, mais conhecida como
Carol Galvão, árbitra de basquete que tem seu nome cada vez mais forte entre as
referências da arbitragem no país, falando-se em basquete.
Ao Momento do
Esporte, a árbitra que é natural do Rio de Janeiro/RJ, comentou a respeito
de sua trajetória e como o basquete surgiu em sua vida. “Quando morei nos EUA
aos 10 anos de idade, quando estava na escola. Acabei me apaixonando cedo pelo
esporte, e assim que retornei ao Brasil pra cidade de Natal continuei
praticando”.
Assim como a paixão pelo basquete, a arbitragem também
surgiu cedo em sua vida. “Aos 13 anos, quando viajava com a escola para jogar
amistosos em outros Estados, jogava o meu jogo e pedia ao meu treinador para
apitar o jogo dos meninos. É aquela coisa de ser tão apaixonada pelo basquete
que não queria sair da quadra e uma das maneiras de não sair era apitando.
Acabei percebendo que levava jeito, fui me apaixonando. E assim segui até
começar a apitar mesmo, com cursos, atuar em campeonatos oficiais, me tornar arbitra
nacional e assim construir a minha carreira dentro do basquete brasileiro”.
Assim como para os atletas, o corpo é o instrumento de
trabalho do árbitro e isso exige uma preparação. Carol explica como é processo.
“É um trabalho que levo muito a sério, o meu corpo é o meu instrumento de
trabalho então a parte física (treino e alimentação) tem que estar sempre em
dia, para que possamos acompanhar as jogadas e não perder nenhum detalhe. “
Porém, engana-se que a preparação fica somente na parte
física e da nutrição. “Temos também que ver jogos, estudar as equipes, a
maneira que jogam, as características dos técnicos e jogadores (as). Trabalhar
mentalmente para estar concentrada e não cometer erros.”
A árbitra fala ainda sobre as dificuldades enfrentadas no
ano passado, diante da pandemia de Covid-19, que prossegue em 2021. “A
temporada passada foi difícil demais, tive o prazer de estar na estreia da LBF
(Liga de Basquete Feminino) 2020 no dia 8 de março e uma semana depois os jogos
de todas as entidades foram sendo cancelados e assim fiquei parada oito meses.
Retornamos em outubro para o Campeonato Paulista. Em formato menor e com bem
menos jogos... imagina você numa temporada fazer apenas 15/20% dos jogos que
você está acostumado a fazer! Muito triste e difícil.”
“Pra 2021 os cuidados estão mais que redobrados,
preparação física em dia, cumprindo sempre os protocolos sanitários de uso de
máscara, alcool 70%, evitando aglomerações, saindo de casa pro estritamente
necessário. Se cada um fizer a sua parte logo sairemos dessa,” reforça Carol.
Prestes a iniciar mais uma temporada do basquete feminino,
com a Liga de Basquete Feminino 2021 tendo início nesta segunda-feira (8), Dia
Internacional da Mulher, Carol comenta a expectativa. “Nossa, estou super
ansiosa e animada. Na verdade a minha temporada já iniciou com o Campeonato
Brasileiro Masculino da CBB, agora vem a LBF e logo o Campeonato Paulista.
Muito respeito pelas entidades, clubes e profissionais que não estão medindo
esforços pra que 2021 seja diferente e que todos possamos trabalhar firme com
segurança, dedicação e alegria.”
Ao recordar sua trajetória, a árbitra foi questionada
pela reportagem sobre um momento marcante em sua profissão. “Com certeza foi
ser escalada para o Jogo das Estrelas da LBF 2018 e poder dividir a quadra com
a Fatiminha e a Tatiana. Elas receberam uma homenagem um jogo de despedida e eu
recebi esse presente, que foi poder estar com elas. Que sempre foram as minhas
referências na arbitragem feminina. Sou muito grata ao Renatinho e a LBF por
esse momento tão especial na minha carreira.”
Falando em referências na arbitragem feminina, Carol
aproveitou para analisar a mulher na arbitragem. “Eu acredito que as mulheres
são tão competentes quanto os homens. Estamos sim ganhando mais espaço dentro
da arbitragem, mas não somente porque somos mulheres, mas sim porque temos
competência para estar ali.
“Estamos vendo um aumento sim de mulheres, mas pra mim ainda longe do ideal. Precisamos
mostrar que a mulherada pode sim ocupar todos os lugares e incentivar as
meninas mais jovens a se dedicar, procurar mais espaço e se firmar na carreira.
Estamos sendo muito mais oportunizadas e valorizadas do que há uns anos,
justamente mostrarmos competência. E eu acho muito importante que sejamos
espelho para que esse incentivo seja válido para as meninas que querem
ingressar na carreira e querer estar aonde estamos hoje”, destaca.
Ao concluir a entrevista, Carol comentou como é a relação
com atletas, comissão técnica e dirigentes. “É uma relação de respeito e muito
profissional. Eu sou uma pessoa muito tranquila, gosto de ser sorridente e os
trato sempre com muita educação e profissionalismo. Seja antes, durante (às
vezes rola uma bronca, risos, mas sempre com respeito) ou depois do jogo. Eu
acredito que todos que estão envolvidos amam, querem o bem e o crescimento do
nosso esporte. Então ter essa relação profissional, tranquila, de empatia e
respeito com todos os envolvidos é essencial.”
Foto – Arquivo pessoal
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